quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Futuro dos Sobreviventes

A campanha de destruição dos conselheiristas continuou após a queda do arraial. Relatos de civis que acompanhavam os combates contam que muitos prisioneiros eram degolados pelo exército por se recusarem a render homenagens à República; seus cadáveres eram pilhados e queimados.
Os relatos mais chocantes dizem respeito ao futuro das crianças. A maior parte delas sofria de inanição e apresentavam vários ferimentos devido ao longo do conflito. Muitas delas, que tinham ainda pais e mães vivos, foram dadas aos participantes da campanha. Outras foram distribuidas entre os comerciantes locais. A grande maioria, órfã de pai e de mãe, perdia também o vínculo de seu passado.
 Indicamos um vídeo que fala um pouco de sobreviventes dessa guerra:
http://www.youtube.com/watch?v=8dIwlfQr-fc

                                     Por Anyelle Ávila e Victor Castro

A Guerra contra Canudos

Canudos se tornou uma ameaça ao poder dos coronéis e da Igreja Católica que perdiam mão-de-obra e fieis nas missas. O governo da Bahia, apoiando pelos latinfundiários, agardava o momento certo para invadir o arraial. A oportunidade surgiu com  os boatos de que os moradores de Canudos pretendiam  atacar a cidade baiana de  Juazeiro, irritados com o atraso na entrega de uma encomenda de madeira comprada de um comerciante local.
Embora o ataque a Juazeiro não tenha ocorrido, em 1896 o governo baiano e o federal iniciaram a campanha militar contra Canudos. As três primeiras expedições, apesar da superioridade bélica do Exército republicano, foram derrotadas pelas forças conselheiristas.
Canudos virou notícia em todo o Brasil. Nos jornais, Conselheiro era acusado de monarquista, louco e inimigo da República.  A imprensa cumpria o seu papel na defesa do regime.
A quarta expedição, dirigida pelo general Artur Oscar, reuniu quase 10 mil soldados, armados de fuzis e canhões modernos. Os combates duraram cerca de quatro meses e terminaram com a invasão e a destruição completa do arraial, em 5 de outubro de 1897. Como exigiu o presidente Prudente de Moraes, não restou "pedra sobre pedra".

                          Por Anyelle Ávila e Victor Castro

A formaçao de Canudos

No ano de 1893, Antônio Conselheiro e seu grupo resolveram fundar um povoado comunitário. O local escolhido foi a fazenda Canudos, às margens do Rio Vaza-Barris, no norte da Bahia. Conselheiro e seu grupo batizaram o povoado com o nome de Belo Monte.
Em Canudos, os conselheiiiristas organizaram uma econômia de base comunitária, em que todos deveriam trabalhar para o sustento do grupo.No arrial havia professore, artesãos, enfermeiros e até negociantes prósperos, que mantiam relações comerciais regulares com vilas e cidades de região.
A comunidade religiosa de Canudos era independente das regras da Igreja Católica e do poder dos coronéis. Canudos tinha política e presídios próprios e lá a palavra do beato tinha mais força que os dos bispos e padres.

                             Por Anyelle Ávila e Victor Castro

Igreja X Religiosidade Popular

Quando Antônio Conselheiro iniciou suas pregações pelo sertão, na segunda metade do século XIX, o catolicismo era a religião oficial do Brasil. Com o apoio do estado, muitos missionários estrangeiros viram para cá trabalhar nas paróquias com a intensão de fortalecer os rituais e sacramentos da Igreja, como o batismo e o casamento, além de procurar reforçar a importância dos padres da Igreja.
Ao tentar consolidar as cerimônias oficiais, a Igreja combatia as crenças populares: objetos e rezas que protegiam contra o mau-olhado, feitiços e doenças graves, imagens milagrosas, etc.
Também combatia os beatos, lideranças religiosas leigas que vagavam pelos campos das cidades pregando o Evangelho. Diferentemente do catolicismo praticado pela Igreja, com regras e uma rotina de cerimônias, os beatos pregavam com fé espontânea, muito próxima do cristianismo primitivo e livre do controle dos padres.

                   Por Anyelle Ávila e Victor Castro 

A História de Antônio Conselheiro

Antônio Vicente Mendes Maciel nasceu aproximadamente no ano de 1830, em Quixeramobim, no Ceará. Quando criança, estudou as línguas português, latim e francês, estudos necessários para a formação de padre.
Já maior de idade, Antônio trabalhou como comerciante, professor, advogado dos pobres e empregados de lojas comerciais.
Por volta de 1871, após dois casamentos desfeitos e vários empregados, Antônio Maciel iniciou suas peregrinações pelo sertão. Vestido com um camisolão azul, usando barbas e cabelos longos, percorreu o interior de Pernambuco, da Bahia e de Sergipe pregando mensagens religiosas e aconselhando os sertanejos. Seu trabalho não parava por ai. Antônio construía e reformava  igrejas e  cemitérios, coordenava tarefas coletivas de construção de casas, açudes e colheitas agrícolas.
Sua influência crescia a cada vez mais. Por onde ele passava ia ganhando seguidores, que acompanhavam pelo sertão. Após disso tornou-se o famoso Antônio Conselheiro.

                                               Por Anyelle Ávila e Victor Castro